sábado, 10 de novembro de 2012

Rótulos Sleeve: Consolidando seu Lugar no Mercado




Vivemos num período da história em que podemos chamar de A Era do Consumismo. Além do valor, o que se consome do produto é a sua imagem e o que ele mostra de si através das cores e das formas externas. Muito mais do que a garantia de uma marca, o que realmente atrai o consumidor, é o que os seus olhos verão em uma vitrine, prateleira ou numa gôndola de um supermercado. Se agradar, o produto desperta no consumidor o desejo de compra.
A embalagem é um fator essencial para o sucesso de um produto. Agregado a isso, os rótulos desempenham um papel de suma importância e de inovação para o momento em que vivemos. Juntos, embalagem e rótulo são ferramentas poderosas de marketing que podem ajudar o produto a conquistar a preferência do consumidor e garantir seu lugar no mercado.
Durante o trabalho de desenvolvimento de um novo produto, o foco deve ser a satisfação das necessidades do consumidor. Todas as pesquisas feitas e idéias coletadas para um novo produto durante as primeiras fases de seu desenvolvimento, exploração e pré-análise, devem ser transmitidas claramente ao consumidor através de imagens, textos legíveis e inteligíveis. Todas essas informações estarão reunidas na embalagem ou rótulo do produto. Em alguns casos, essas informações são gravadas diretamente na embalagem do produto que pode ser um frasco, pote, lata ou caixa. Mas e se o produto for novo e não elevar os índices de vendas como o esperado?
Analisemos a seguinte situação: O proprietário de uma marca pesquisou com consumidores em potencial, suas preferências, sugestões de consumo e toda a questão de competitividade e concorrência. Ele lançou então no mercado dois produtos: A e B. Durante a fase de pesquisa, ficou comprovado que o produto A venderia mais que o produto B. Logo, foi solicitado que a produção de embalagens do produto A fosse maior do que a produção de embalagens do produto B. E o setor de marketing optou pela gravação das informações relacionadas ao produto diretamente na embalagem por essa possuir design arrojado, diferente e curvilíneo.
Inesperadamente, num curto período após o lançamento dos produtos nos pontos de venda, verificou-se que a preferência havia se revertido. O produto B vendeu muito mais do que o produto A. O que faria o proprietário da marca com os seus estoques já que optou pela gravação direta nas embalagens? Obrigatoriamente,
tendo em vista um estoque maior de produtos A, teria que solicitar de forma acelerada, novos pedidos de produção de embalagens e de gravação direta para aumentar também o estoque de produtos B.
Uma solução simples pertinente a essa questão, são os rótulos sleeve termoencolhíveis, conhecidos também como rótulos manga. Por quê?
Porque o produto é novo e é incerto o percentual de vendas. Porque a embalagem é diferente e o rótulo deve acompanhar o design e as suas curvas. Porque o envase do produto na embalagem pode ser feito tanto para o produto A como para o produto B, dependendo da necessidade e independente da quantidade, mudando apenas os rótulos.
Recomenda-se a impressão direta na embalagem de produtos cuja aceitação pública e o percentual de vendas estejam estáveis e garantidos. Como exemplo, as latas de leite condensado, achocolatado e cerveja. Os frascos de leite fermentado e perfume. E os potes de margarina e caixas de suco.
Para produtos novos, o uso dos rótulos sleeve é uma solução inovadora e atraente. O fato de o rótulo vestir e acompanhar o design da embalagem leva o consumidor imediatamente a comparar a embalagem do produto em mãos com os demais produtos de outras marcas no mesmo setor, gerando competitividade. Sem dizer que as cores do rótulo pode ser a mesma da embalagem, sem variação alguma, caso esse rótulo possua áreas transparentes. E visando a questão de segurança da peça individual, o sleeve pode encobrir até mesmo a abertura da embalagem, como exemplo a tampa, se essa possuir, gerando um lacre com serrilhas para abertura. O consumidor se sente atraído pela qualidade e pela preocupação exibida com a segurança do produto envasado.
Quanto à escolha de substratos, por ser um material termoencolhível que passará por uma câmara de encolhimento que varia de 100°C a 350°C, o ideal é que esse rótulo seja de PVC (Policloreto de Vinila), PET (Polietileno Tereftalato) ou OPS (Poliestireno Orientado). Tanto para o PVC quanto para o PET existem características distintas onde o design da embalagem pode auxiliar na escolha da categoria. O PVC Balão, por exemplo, retrai apenas 50% do seu tamanho original, talvez por isso seja o mais acessível. O ideal é que ele seja utilizado em embalagens planas ou com curvas menos acentuadas. Já o PVC Plano possui um melhor acabamento, mas por conta da diminuição de diâmetro na finalização, precisa ser compensado no início. O PVC de Alta Contração, embora possua um preço alto, retrai até 63% do seu tamanho original, sendo então o mais indicado para embalagens sinuosas e com curvas acentuadas. Dentro da mesma faixa de preço e categoria do PVC de Alta Contração está o PET. Retrai até 78% do seu tamanho original, é ecologicamente correto e por ser mais maleável, exige menos potência e oferece um resultado mais satisfatório. Por isso, a escolha do PET vem crescendo muito no mercado para embalagens com curvas muito sinuosas, acentuadas e design diferenciado. O OPS alcança até 85% de retração, é ecologicamente correto e reciclável, mas ainda é uma inovação nacional, já que o PVC domina o mercado.
Levando em conta a questão da retração desses materiais durante o processo, o setor de criação e pré-impressão deve trabalhar na preparação dessa arte com uma visão de 360°, sempre frente e verso total, sendo 100% da área aplicável trabalhada na embalagem. A compensação deve ser aplicada duplamente visando clichês e retração de material se a impressão for em flexografia, ou cilindro e retração de material se a impressão for em rotogravura.
Por mais cores e imagens que o rótulo apresente, ainda durante a etapa de pré-impressão, deve-se levar em consideração o tipo de processo de impressão que será utilizado. Geralmente os rótulos sleeve possuem vernizes diversos, o mais comum
de alto brilho. Sendo assim, deve haver uma atenção maior com o número de cores especiais, pois o processo em rotogravura possibilita a impressão em até dez cores, já o processo em flexografia até oito. Portanto, a preocupação é reduzir a quantidade de cores especiais chegando à cor desejada através da policromia, se for possível com a base de cores sem fugir do objetivo. Com essa redução, as posições para os vernizes ficam livres não comprometendo o custo, o setup das máquinas nem a produtividade. Pensando na retração, os textos legais e tabelas com valores merecem uma atenção redobrada por conta da legibilidade considerando a espessura de letras e espaçamento entre caracteres, ou registro considerando a sobreposição de cores.
A escolha do tipo de processo de impressão deve ser feita de acordo com o planejamento, custo do produto, volume e expectativa de vendas. Sabe-se que o processo rotográfico tem um custo mais elevado do que o processo flexográfico. Se a demanda for grande e contínua, o processo rotográfico seria o melhor indicado. Mas se a impressão desses rótulos tiver alterações periódicas ou demanda em períodos espaçados, uma boa escolha seria a flexografia. Deixando bem claro que em questão de qualidade, ambos os processos atingem a sua excelência.
Escolhido o melhor processo de impressão, os pontos finais e importantes a serem considerados são as tintas e os vernizes. Não se pode optar pelo rotulo sleeve e não priorizar o visual, a comunicação, as cores e o brilho. Para isso, as tintas precisam ter um bom desempenho e estabilidade em máquina para que a impressão seja diferenciada, bem definida e por fim ter uma excelente cobertura. A viscosidade e a temperatura devem ser controladas a fim de não apresentar desníveis e ganho de ponto. É necessário verificar em que local o produto ficará exposto e será armazenado para assim definir tintas que possuam resistência ao calor, baixas temperaturas, umidade, desbotamento, rompimento e atrito.
Uma boa opção são as tintas e vernizes UV e a base de água. São ambientalmente corretos, se adéquam às exigências nacionais e internacionais sobre a presença de materiais pesados. São de fácil utilização, têm um aproveitamento total e apresentam uma qualidade maior se comparados às tintas e vernizes convencionais à base de solventes. Os preços, que antes eram vistos como um problema hoje não é tendo em vista os benefícios e a qualidade proporcionados.
Enfim, os rótulos sleeve não só dão vida e embelezam como também agregam maior valor à embalagem e aquecem o mercado nacional. Internacionalmente, colocam o Brasil em disputa gerando competitividade e respeito. Conseguem satisfazer as necessidades do consumidor final e se comunicam de maneira invejável. Sim, os rótulos sleeve consolidam seu lugar no mercado atual.



Criado em: 03/10 - Por Débora Higino Sodré 
Publicado em: Revista Projeto Pack - Ed. 17

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